Era uma vez uma menina, chamava-se Mara, ela era branquinha, tinha os cabelos e os olhos castanhos, era a filha do meio de uma família de três irmãos, o mais velho um rapaz dois anos mais velho do que ela, e a irmã mais nova também dois anos. Mara era uma menina bem nascida, teve a sorte de nascer num lar de classe média do Plano Piloto de Brasília, estudou em bons colégios, mas não teve muita atenção por parte da família, Mara era solitária apesar da família relativamente grande, e para piorar o pai pede o divórcio e sai de casa, auxílio financeiro nunca faltou, mas auxílio famíliar esse sim era inexistente. Mas isso não impediu Mara de ter uma adolescência comum, teve suas decepções e suas frustrações, Mara sempre se dedicou a esportes coletivos, se tornou uma jovem alta e esbelta que adorava jogar basquete.
Jogar somente basquete não preenchia o vazio que Mara sentia dentro de sí, Mara queria mais, ela queria se sentir completa e amada, queria que o amor da vida dela aparecesse e preenchesse todas as lacunas da sua vida, então ela se apaixonou, conheceu um garoto comum, com interesses comuns, isto é, queria uma garota para ter suas experiências sexuais e Mara foi sua cobaia. Mara desde esse período se tornou uma pessoa com baixa auto-estima, se tornou uma criatura frágil apesar de ser uma mulher alta e atlética, um belo corpo e um coração carente.
A baixa auto-estima de Mara não a impediu de se formar numa boa faculdade de brasília num curso que tende a ajudar as pessoas com seus problemas espirituais e psicológicos, se formou e fez especializações, logo após esse período Mara passou num concurso público e passou a receber um bom salário todos os meses, Mara estava completa em termos materiais, um bom salário, um carro novo sempre que quisesse e em breve iria ganhar um belo apartamento numa área privilégiada de brasília.
Mara participava dos esportes do local onde trabalhava, uma grande empresa do ramo financeiro, Mara competia em todos os eventos esportivos da instituição, era a melhor sempre a mais querida do se setor, Mara se tornou uma mulher adulta mas com algumas manias relativamente infantis, como torcer o nariz para algo que não lhe agrada, fazer caras e bocas quando quer algo e até mesmo fazer birrinhas para conseguir o que ela quer, assim muitos amigos que Mara conquitou começaram a achar que Mara era uma espécie de mulher menina, um tipo de mulher que quer ser uma princesa de contos de fadas, mas que cuida bem de suas responsabilidades de adulta. Sendo assim Mara nunca conseguiu um relacionamento amoroso sério, Mara era apaixonada por filmes romanticos com estórias improváveis e personagens grotescos, coisas inatingíveis para os padrões naturais, e começou assim a imaginar seus parceiros, Mara namorou seres que não podem ser classificados como normais, mas Mara achava que esses seres seriam os homens de sua vida, e cuidou deles, amou e fingiu ser uma princesa.
Mara teve decepções, pois não sabia identificar um provável pretendente real ou um pretendente de fantasias, Mara queria um homem másculo que dissesse a ela que ela é a mulher da vida dele, que a amasse, que a pusesse no colo e a paparicasse, que a tratasse como princesa, que passasse o dia somente de calças jeans exibindo um corpo atraente e perfeito, mas o que Mara tinha ao seu alcance não era bem isso, Mara procurou, procurou e se envolveu com vários tipos, desde o bobão mané, até o tipo cafageste, sempre acreditando ser capaz de ser feliz ao lado de um desses. Se tornou muito infeliz por enormes períodos da sua vida, mas apesar disso continuou a viver, se trancou no seu mundo e saia de vez em quando para encarar a vida, digo a vida mas não a realidade, pois entrou num casulo onde colocou fantasias para sí mesma, criando ideais de amor que não correspondem com a realidade, mas Mara não desistiu, continuou no seu mundo imaginando que encontraria o seu amor.
Mara tinha diversos amigos, amigos de infância, amigos de faculdade, amigos de trabalho, amigos que conheceu por meio de outros amigos, amigos que conheceu por meio de ex-amores, enfim, Mara tinha muitos amigos, todos bem diferentes, alguns se combinavam outros não, alguns com a cabeça no lugar e outros nem tanto, amigos em todas as suas formas cores e sabores, enquanto alguns eram aparentemente brutos e insensíveis, outros tentavam a compreender com toda a paciência do mundo, porém Mara sem pre deu preferência aos amigos mais sensíveis aos seus problemas, ela sempre gostou de ouvir o que queria assim como todo ser humano, falar somente o que lhe interessa e fazer o que lhe dar na telha, Mara era um pouco egoísta sim, sempre gostou de ver o seu lado, não era má pessoa, apenas mimada, um processo de auto-mimo, ela se mimou de uma maneira automática, se tornou uma mestra do auto-mimo, sendo assim se tornou uma princesa do seu mundo, uma criatura amável e delicada, uma mulher-princesinha....
A história e seu desfecho continua outro dia...
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